sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

+ 19:11

Joy Division, Jesus and Mary Chain, Mazzy Star e The Red Sun Band tem me acompanhado de forma fiel esses dias.

Essa semana foi conturbada. Nos seus intervalos entre dia e noite, não consegui dormir. Acho que ando preocupando-me com coisas fúteis e esquecendo-me das minhas responsabilidades. A vontade de largar tudo pro alto veio com uma força monstra hoje.

Desde o começo do mês eu tenho acompanhado a vida dos meus amigos que agora são universitários. O terceiro ano caiu como uma bomba para mim, e ando meio perdida. Além do horário árduo de estudo, eu tive que me acostumar (o que não quer dizer que eu tenha botado em prática ainda, haha) a minha rotina do mesmo. É complicado mudar uma rotina toda, até o segundo ano eu chegava em casa, lia apenas algumas coisas e dormia a tarde inteira.

Mas além de ter essas preocupações, eu ando empolgada. Toda essa ânsia de terceirão, vestibular, faculdade, tudo isso me anima. A vida de universitário é algo que eu espero com muita ansiedade desde que entrei no ensino médio. Quero muito tudo isso, mas sei que preciso traçar um objetivo e de mais disciplina em cima desse sonho.

Preciso de disciplina.
Essa é a palavra.

Post irrelevante, apenas uma nota de algum lixo mental.
Sem idéia para título, o horário veio a calhar.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

+ Grattis på födelsedagen!

Lembra-se quando lemos essa frase pela primeira vez? Feliz aniversário em sueco "grattis på födelsedagen", rimos da forma que a falamos, dá um sentido legal na nossa língua e só a gente entende.

Eu lembro como se fosse ontem: não sei se era um sábado ou um domingo, mas eu costumava brincar com os guris e gurias embaixo do prédio pela manhã aos finais de semana em Brasília. Vocês tinham chegado, o Tio eu já conhecia de verões passados, sempre o vi como um segundo pai. Você: saiu do carro com um salto tão alto que acreditei que fosse mais alta que eu, mas era só tirar e eu pude ver que não: você era mais velha, porém mais baixa. Isso me deu uma certa alegria, nunca gostei de ser baixinha perto dos outros, hoje sinto-me alta demais, haha.

Sua mãe, seu irmãozinho, lembro-me de como ele correu até dentro de casa falando que estava com sede, estavam todos felizes com a chegada de vocês. Olhastes para todas as pessoas do prédio, falaste com todas crianças e abraçou-as como se já as conhecessem a anos. Mas, aquela menininha com o colar do Garfield escrito "I love you" que ela tinha ganhado de um vizinho que jurava que a amava, você deixou por ultimo.

Essa última menina era eu. Pela primeira vez eu encontrara aquela moça que até então, só a imagem nas fotos eu conhecia. Você sempre foi linda, meiga, uma graça, a carinha do tio. Nenhuma fisionomia sua tem algo similar com a minha, o que é uma pena, queria eu ter uma beleza tão linda assim. Depois de abraçar todas as crianças ao seu redor você me abraçou e alguém falou "Ela é sua prima!". Até então você não me conhecia e não sabia quem era eu, só sabíamos que tinhamos o mesmo sangue correndo pelas veias e isso, eu tenho plena certeza, gritou mais alto quando nos abraçamos.

Eu não sabia que aquele era o início. Sim, o início de dias maravilhosos, de finalmente ter aquele momento família aos domingos (sabes que somos uma família limitada, somos poucos, o resto está longe ou então não se importa) e até mesmo aquelas discussões pequenas durante o mesmo. Pudera eu sentir de novo o que senti quando fomos morar na mesma cidade: mesmo que eu tenha deixado tudo pra trás, amigos, lazer de uma cidade grande, indo para uma cidade pequena fora de qualquer padrão que eu conhecia em relação a uma cidade de verdade até então. Foram momentos maravilhosos,natais, páscoa, aniversários inesquecíveis. E temos isso até hoje, uh?

Hoje você faz 21 anos de idade. Eu, ainda com os meus 17 esperando pela minha maior idade em Agosto. Lembra como a gente esperou muito por isso? Você, com um mundo inteiro para conquistar. Vai começar a faculdade, vai morar perto de mim de novo (ALIÁS, comigo, você vai morar comigo!), vamos poder sair, "festar", ir a lugares que gostamos e conversar. Desabafar quando a outra quiser. Eu senti falta de você estando no mesmo lugar que eu. Sempre te visitei nas férias, mas sinto falta de você aqui na maioria do tempo.

Esse ano é seu. E desejo para você toda a felicidade do mundo, Stella. Assim como espero que você passe por coisas que a faça amadurecer e aprender. Afinal, todos nós precisamos disso, sim?


Grattis på födelsedagen, happy birthday, feliz cumpleaños, palju onne sunnipaevaks!
Parabéns em todas as línguas possíveis.

Amo você, prima.
Aliás, irmã.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

+ Então,

voltei.


Devido alguns problemas particulares eu fiquei sem internet logo depois do Carnaval (o que vocês podem ter uma idéia de que entrei em um desespero profundo sem tê-la, e o tédio consumiu-me de forma monstra e completa [?]) mas estou de volta.
De volta pra quê? Bem, não sei, mas vamos lá, tenho que despejar um pouco desse lixo mental aqui.

Surpreendi-me. Estou definitivamente viciada nesse mundo chamado internet e isso é perigoso. Digamos que vários motivos me levam a isso (descartando a idéia de que não tenho amigos, eu tenho, aliás, sempre tive, mas sempre fui muito fresca também e sentia necessidade de estar afastada deles, mas isso mudou): um deles é, é.. é simplesmente o fato de que sinto-me desconectada com o mundo quando não estou aqui.

Sim, pode parecer exagero, ALIÁS é um exagero, mas criei algumas estruturas nesse meio. Pessoas, alguns lugares que uso para me informar, fora que ficar sem internet é algo totalmetne descartável pois baixo listas de exercícios por aqui. E fica complicado não estar nesse meio também. Maldita, maldita inclusão social (agora de uma forma REAL, eu realmente não queria estar dentro disso mesmo estando e gostando, haha).

Nesses dias eu pude (além de me desesperar olhando pro meu computador sem internet) dormir mais e finalmente reler a Insustentável Leveza do Ser. Li uma vez mas senti a necessidade de ler novamente, algumas coisas não estavam claras para mim. Tô me apaixonando novamente pela história e um pouco mais por filosofia (mas isso não quer dizer que eu queira me aprofundar mais nela, acho que eu enlouqueceria de vez). Continuo lendo sempre durante a noite antes de dormir. Demoro a pegar no sono e sempre procuro um livro para me salvar.

Assisti alguns filmes também, foram inúmeras as vezes que deitei naquele sofá para assistir um filme e acabei dormindo. O último domingo foi assim. Assisti Bastardos Inglórios (A-D-O-R-E-I) e mais algum filme de comédia romântica cujo o nome não me vem a cabeça agora.

Enfim, continuo com o Joy Division no mp3, no quarto, na volta do vôlei e afins.



Nada relevante, post só para avisar que estou viva e que ando preocupada com esse meu vício.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

+ Pleasures of a normal girl.

Acho que estou escutando Joy Division demais. O que é um perigo.

Tenho hoje e amanha de folga do colégio, o que anda me deixando muito preguiçosa e com os pensamentos mais bagunçados do que nunca. Eu preciso estar fazendo sempre algo, do contrário começo a pensar em muita coisa e essas aleatoriedades começam a me frustrar, haha.

Hoje amanheceu chovendo novamente. E do contrário dos dias anteriores, eu acordei pela manhã. Finalmente tomei café (sinto falta disso) organizei algumas coisas no quarto(meus CD's precisavam de algum lugar, eles são importantíssimos e foram difíceis de encontrar, se eu perde-los ou estraga-los eu piro)joguei bastante papel fora e guardei muito também. Acho que guardei mais do que joguei gora. Tem muita coisa naquela sacola de papeis que quero guardar comigo pra sempre.

Eu não sei se já comentei por aqui, mas eu tenho uma grande admiração pelo Craig Nicholls (vocalista do The Vines) e o fato dele ter Sindrome de Asperger o deixa mais interessante. Li uma vez que essa sindrome é diretamente ligada ao autismo. E acredito que isso ao invés de impedi-lo a compor e tocar, é uma força a mais. Pessoas que possuem sindrome de asperger geralmente necessitam de algo mais visual, sem contar que a audição deles é algo super sensível, o que ao invés de limita-lo faz com que tenha uma certa facilidade na composição de suas músicas e trabalho (que está cuspido no álbum Winning Days).

Hoje lembrei-me dele e procurei mais sobre. Li bastante, fiz até um pequeno teste para ver se tenho pelo menos um por cento da sindrome e fiz só 200 pontos. O que obviamente não me caracteriza como uma portadora de Asperger, haha. Mas foi interessante. Gostaria de encontrar uma pessoa portadora dessa sindrome, eu definitivamente aprenderia muito com ela e vice-versa. Acho fascinante qualquer maneira de estar ligado a um mundo diferente do que estamos e acredito que qualquer pessoa que tenha essa capacidade, tenha uma mente muito mais aberta e ampla do que as nossas.

Enfim. Acho que preciso dormir e parar de pensar.
No mais.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

+ A rainy sunday.

Acredito que as pessoas que me conheçam e que eram antigos leitores do meu livejournal saibam que eu adoro o frio.

Diferentemente do calor insuportável do último domingo, esse amanheceu em chuva. Não amanheci com ela, aos domingos o meu dia sempre começa pelo turno da tarde.

Mas o assunto desse post-domingo não é sobre o quanto amo o frio e a chuva (o que já está se tornando um comentário repetitivo e enjoativo nos espaços que tenho na internet, haha) e sim sobre algo que me incomodou. Uma percepção eu diria.

Tornei-me o que mais abominei durante tempos atrás: uma adolescente emburrada, reclamona e insatisfeita. Insatisfeita não é o grande ponto, até mesmo porque por conta de ser assim, é que conquisto a maioria das coisas que quero. O duro é quando essa insatisfação leva a minha frustração diária. E isso ultimamente anda pesando muito.

O que me fez a chegar nisso foi um simples convite de minha mãe para ir ao clube. O carnaval está aí o que nos faz pensar que conseqüentemente o clube estaria lotado de pessoas, toda aquela animação, enfim, algo que eu pelo menos dispenso. E isso não é questão de ser seletiva ou não, é questão de que eu realmente não iria me sentir bem lá. Deveria ser mais sociável, eu realmente deveria. Mas não consigo, não para isso.

Eu gostaria de colaborar um pouco mais nesse ponto com a minha família. Gostaria de estar sempre animada para convites de almoço fora, frustrar-me menos com o cachorro (sério, ele tem um latido insurpotável) e acordar mais cedo para almoçar junto com eles aos domingos. Sei que faço falta nisso. E sei também que não faço por mal, isso não quer dizer que os ame menos.

Esses domingos andam cada vez mais nostalgicos. Será que o próximo pode, por obséquio, ser diferente?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

+ Quando o assunto é música...

"A música é a mais perfeita expressão da alma!" Não há frase mais certa e que mesmo compacta consiga juntar em uma expressão só, o real significado.

Apesar de que em mim, seja muito mais que expressar simplesmente a alma. Expressa meu corpo, a minha mente, os meus desejos e angústias. Posso dizer com todas as letras que não sei o que seria de mim sem música. Grande parte do que sou hoje, do que penso, vejo, sinto e reflito tem uma grande influência por parte dela. E se eu pudesse mesclar sentimentos em algo tão maravilhoso assim, a música seria o resultado.

Especificar um gênero musical para mim, é definitivamente impossível. Apesar de me identificar bastante com as vertentes do rock n' roll, muita coisa fora desse padrão me agrada também. E acredito que, quem seja amante da música como eu, sabe que independentemente de qual gênero, a partir do momento que te agrada e lhe traz conforto, é o que mais importa. Mesmo que saia do rock n' roll clássico até o mais extremo: se te faz voar ou algo bem perto disso, é o que definitivamente importa.

Ultimamente, bandas instrumentais com uma certa influência do shoegaze (que aliás, é um gênero extremamente interessante) tem feito parte do meu dia-a-dia. Algo bem trabalho, exige sim profissionalismo e autenticidade. Do contrário torna-se um barulho sem fim. Sem contar que arriscar com instrumentos exóticos é essêncial, os efeitos são um dos pré-requisitos. Explosions in the sky, Motek e os suecos do Detektivbyrån estão no topo essa semana. Cada um com a sua autenticidade: saindo do doce e sutil Explosions in the sky, até o exótico e regionalista do Detektivbyrån.

Além desses há vários outros que eu gostaria de comentar aqui, mas tenho que dar uma certa ênfase aos três, eles tem me acompanhado muito essa semana.

Explosions in the sky, First Breath After Coma.
http://www.youtube.com/watch?v=w0o8JCxjjpM

Motek, I'm your son.
http://www.youtube.com/watch?v=IjTs2K04sKw

Detektivbyrån,Om Du Möter Varg.
http://www.youtube.com/watch?v=GRUcDR44XQk

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

+ "Homeless"

Hoje conversando com uma colega de escola (é, agora tenho colegas) acabei chegando em um assunto que já é um dos meus maiores clichês depois de não saber falar sobre o amor e afins.

Depois da minha saída de Brasília rumo ao interior goiano, bastante coisa mudou pra mim. Uma dessas coisas fora a mudança do estereotipo que eu tinha em relação às pessoas das cidades pequenas. Não são "matutas" como diziam-me principalmente no colégio. Algumas são incríveis, humildes, outras por vez são bem bairristas e fazem questão de serem regionalistas e de seguir o que é considerado por aqui "bons costumes. Aprendi a conviver com vários tipos delas, até mesmo as mais insuportáveis possíveis.

Mas, uma das coisas que definitivamente pesaram e mim, e digamos de certa forma que ainda pese, é o fato de eu não ter raízes em nenhum desses lugares que vou. Aquele almoço de família, ou então o primo do primo do namorado da sua prima que mora no mesmo colégio que o seu. Todo mundo se conhece, todo mundo tem alguma ligação com alguém. E confesso que já me senti muito perdida nesse meio.

Isso nunca pesou até então. Digamos que minha família basea-se apenas nos meus tios, alguns primos,mãe e irmãos. Nada mais além disso. Poucas são as outras pessoas que possuem o mesmo sangue que o meu que eu conheça. Acho que de ambas as partes nunca houve um certo interesse. Mas de qualquer forma não pesou tanto. Essa é a visão que tive de família desde pequena, e acho que terei até os últimos dias.

Fora a isso, essas mudanças além de me chatearem nesse ponto, por muitas vezes já me fez sentir perdida também no meu relacionamento com as pessoas. Como já falei e repito: algumas são extremamente interessantes, outras deixam a desejar e acabo frustrando-me com elas. É um exercício de pratica da inteligencia interpessoal bem complicado, ou você aprende a conviver com elas ou você aprende. No final você percebe que acaba precisando delas (como eu acabei percebendo).

Posso dizer que aprendi muito. Bastante. Muita coisa eu tenho certeza que não teria vivido e aprendido se não fossem essas mudanças aleatórias que tenho. Mas outra certeza também, é que eu queria ter uma outra visão em relação a família e não considerar-me uma "homeless".

domingo, 7 de fevereiro de 2010

+ A typical sunday morning.

Manhã.

Meus domingos começam sempre durante depois das 13.00 da tarde. E confesso que eu queria acordar mais cedo, lembro-me que aos domingos em Brasília eu sempre acordava às 7.00 junto com o meu pai. E agora lembrei-me do cheiro do chimarrão dele pela manhã...

Acordei e todos foram para o clube. Não tenho a mesma empolgação de antes, até mesmo porque trajes de banho é algo que eu definitivamente abomino em mim. E nem está tanto calor assim, o céu está nublado e uma bela brisa entra agora pela janela do quarto. Adoro dias assim. Simplesmente adoro.

Ligo a televisão para não sentir-me tão só. Não que isso seja um problema, fico sozinha a maior parte do dia e gosto disso. Só nos dias em que preciso de alguém é que sinto uma vontade extrema de ter a casa lotada de pessoas. Mas, hoje não. Especificamente hoje, não.

Meu café da manhã por incrível que pareça foi pizza e coca-cola. Nada saudável, eu sei. E sei também que quando eu for morar só, essa refeição será algo normal na minha rotina, até mesmo porque pela manhã acordo faminta. Um lanche rápido é o mais apropriado nessa hora.

A boring sunday. Nada acontece, tudo permanece. Toca Anna Ternheim aqui, e eu já disse o quanto adoro a voz dela? Além da Summer Rain ter uma letra incrível...

A segunda-feira se aproxima o que de certa forma me desanima por ter que voltar aquela rotina. Mas me anima por estar fazendo algo e saindo um pouco de casa, esse ano estou passando mais tempo na escola do que em casa como ficava antes. Finalmente, finalmente estou tendo o que pode se chamar de "vida-social", haha.

No mais.
Apenas um domingo.
E eu mal posso esperar pelo próximo.

"When you wake up, what's broken what's not"
(Summer Rain, Anna Ternheim)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

+ Quick thoughts.

Estou cansada
Tenho saudades
Queria fugir
Quero sair
Queria ficar
Vamos agora
Não quero fazer lição
Não quero sair
Não estou nem aí
Quero cantar
Quero correr
Quero voar
Me leva?
Te amo
Te odeio
Sai daqui

Sonhei que ela morria.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

+ Pequeno fragmento de uma tarde de 2009.

Textos fictícios, contos, definitivamente não são o meu forte. Mas vasculhando em algumas pastas e documentos, encontrei um texto que fiz (aliás, uma tentativa). Gosto de detalhes, eles me atraem bastante em um texto. E fiz questão de escrever de uma forma bem detalhada. Postarei um fragmento que escrevi numa tarde tediosa de 2009 (não me lembro exato quando). Inspirei-me em um filme sueco chamado En Kärlekhistoria de 1970 (que aliás indico pra caramba!). O texto em si não tem muita ligação com a história, é bem diferente na verdade, mas durante o filme pude observar algumas características em Annika e Pär, então as juntei nessa história que posto aqui agora.


Annika och Pär


"Adorava vê-la dançando. Seu vestido de renda tornava-se uma nuvem de prazer a cada movimento realizado. Encantara-me a forma com que o seu perfil ficava a cada giro que ela dava, seu nariz milimetricamente perfeito furava o vento quando erguia-se o seu pescoço. Fora a forma na qual seus lindos tornozelos se moviam com os laços daquela sandália. Ela sabia que eu gostava dos seus gestos, dos seus cabelos negros, e fazia questão de move-los a cada vez que olhava para o lado e me via.
O modo com que seus lábios se moviam me enlouquecia de tal forma que qualquer estado de êxtase não se igualaria a esse. Único. Provocante. Por trás de toda aquela beleza, sei que se escondia um coração cheio de melancolia. Escrevera vários sonetos em seus cadernos coloridos que levava para a faculdade. Ela cursava literatura (o que seria obvio diante de todas essas características ditas até agora) e sempre a encontrava no caminho para a biblioteca.
Nossas conversas resumiam-se em frases aleatórias. Adorava a forma na qual ela escrevia, Annika me envolvia. Tudo o que ela me dizia eu sempre tentara aproveitar ao máximo. Já perdi a conta de quantas anotações fiz para depois ler e reler. Era um bombardeio de informações. E muitas vezes me perdia. E aí entravam as anotações: para me colocar nos trilhos novamente.
Ela era extremamente misteriosa. Decifra-me ou devoro-te. Se ela era uma esfinge ou não, eu não sei, mas que essa frase cabia no seu conceito, ah isso sim. Andara sempre com muitos livros embaixo do braço e sempre a via na biblioteca na seção ficção cientifica e "romance". Sempre fora muito contraditória e sei que gostava de ser assim. Em um daqueles papeizinhos lembro-me de ter anotado algo como:

"E então, aqui estou eu: a eterna insatisfeita que se satisfaz em ser assim".

É uma das minhas frases preferidas."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

+ Pessoas que são "pipocas experientes".

"Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser o milho para sempre". Acho que nunca li uma denominação melhor em relação às mudanças pessoais de cada um como essa. Esse texto de Rubem Alves é bem interessante e foi o assunto da nossa redação de hoje no colégio juntamente com o texto "Experimentar tem a ver com aprender. Aprender tem a ver com experimentar" de Alexandre Perlingeiro.
Já disse o quanto gosto dessas propostas? Gosto de relacionar um texto com o outro, ainda mais quando um vira o completemento do outro assunto como esses, que no meu ponto de vista, são.

Mudanças são dolorosas. Acostumar-se com algo totalmente fora do seu padrão de rotina não é uma tarefa fácil, exige auto-controle e disciplina principalmente. No começo é uma tarefa bem árdua, mas mudanças geralmente vem acompanhadas por melhorias. Diria até que é um sinônimo quando elas estão relacionadas diretamente com algo pessoal. Se há mudanças é porque obviamente algo tem de ser mudado, ser melhorado, trabalhado, esculpido melhor dizendo. E sem experiência e força de vontade, ela torna-se sem sentido. É um esforço totalmente desnecessário quando não se tem o complemento correto.
Se vontade é poder então todos temos essa capacidade. Vontade temos, é o que obviamente nos induz as mudanças. Mudanças tem a ver com força de vontade. Força de vontade é diretamente ligada a disciplina. Assim como disciplina é ligada ao aprendizado. Que, logo, é companhado pelo experimento. Aprender tem a ver com experimentar.
Situações constrangedoras, difíceis ou seja lá o grau de gravidade que for, são extremamente necessárias. Existem coisas que só serão sentidas, vividas, aprendidas e percebidas quando passarmos por elas e analisarmos cada ponto positivo e negativo. Do contrário será o mesmo que não ter aprendido nada. O aprendizado no colégio com os livros são importantes mas, você precisa coloca-los em prática, do contrário nunca saberá o verdadeiro sentido do que aprendeu.
Você precisa literalmente colocar a mão na massa, sentir o fogo e aprender o sentido disso. Aprender que você só se torna um ser humano por completo quando aprende que para você ser, de fato, uma pipoca experiente, a vivência, persistência e as mudanças são pontos definitivamente importantíssimos.