terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

+ "Homeless"

Hoje conversando com uma colega de escola (é, agora tenho colegas) acabei chegando em um assunto que já é um dos meus maiores clichês depois de não saber falar sobre o amor e afins.

Depois da minha saída de Brasília rumo ao interior goiano, bastante coisa mudou pra mim. Uma dessas coisas fora a mudança do estereotipo que eu tinha em relação às pessoas das cidades pequenas. Não são "matutas" como diziam-me principalmente no colégio. Algumas são incríveis, humildes, outras por vez são bem bairristas e fazem questão de serem regionalistas e de seguir o que é considerado por aqui "bons costumes. Aprendi a conviver com vários tipos delas, até mesmo as mais insuportáveis possíveis.

Mas, uma das coisas que definitivamente pesaram e mim, e digamos de certa forma que ainda pese, é o fato de eu não ter raízes em nenhum desses lugares que vou. Aquele almoço de família, ou então o primo do primo do namorado da sua prima que mora no mesmo colégio que o seu. Todo mundo se conhece, todo mundo tem alguma ligação com alguém. E confesso que já me senti muito perdida nesse meio.

Isso nunca pesou até então. Digamos que minha família basea-se apenas nos meus tios, alguns primos,mãe e irmãos. Nada mais além disso. Poucas são as outras pessoas que possuem o mesmo sangue que o meu que eu conheça. Acho que de ambas as partes nunca houve um certo interesse. Mas de qualquer forma não pesou tanto. Essa é a visão que tive de família desde pequena, e acho que terei até os últimos dias.

Fora a isso, essas mudanças além de me chatearem nesse ponto, por muitas vezes já me fez sentir perdida também no meu relacionamento com as pessoas. Como já falei e repito: algumas são extremamente interessantes, outras deixam a desejar e acabo frustrando-me com elas. É um exercício de pratica da inteligencia interpessoal bem complicado, ou você aprende a conviver com elas ou você aprende. No final você percebe que acaba precisando delas (como eu acabei percebendo).

Posso dizer que aprendi muito. Bastante. Muita coisa eu tenho certeza que não teria vivido e aprendido se não fossem essas mudanças aleatórias que tenho. Mas outra certeza também, é que eu queria ter uma outra visão em relação a família e não considerar-me uma "homeless".

4 comentários:

  1. "é o fato de eu não ter raízes em nenhum desses lugares que vou." - é exatamente o que eu sinto tb, depois de me mudar tantas vezes. Não tem aquela amiga de infância pra lembrar dos velhos tempos, não tem aquele amigo que conhece sua família toda e vice-versa, uma segunda casa pra ir, um encontrão dos ex-colegas do primário. É triste, sei bem como vc se sente ;(

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  2. Espero não ser considerada uma das pessoas "mais insuportáveis possíveis" HAUHAUHAUAHUAHUAHAU

    Mas então, não tenho muito o que dizer sobre o texto, é difícil falar daquilo que eu desconheço, mas eu entendo o seu lado...Olha que eu sempre quis fugir com um circo, para poder viver de arte, conhecer o mundo todo, conhecer várias pessoas diferentes...na teoria é bonito, mas depois do que você vem me dizendo, to pensando em rever meus desejos!! kkkkkkkkkkk

    =)

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  3. È, essa é uma situação que gera muita reflexão, já que família e amigos são nosso suporte na vida. Na verdade eu tinha tudo isso em Jataí e resolvi mudar para Goiânia no intuito de buscar novas experiências, novas visões da vida... POsso dizer que aprendi muito e sinto falta de algumas pessoas e situações, mas ao mesmo tempo sei que para seguir em frente é necessário romper com certas estruturas!!
    Gostei do texto! Continue assim!!
    Abraço

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  4. Ah, o Moontante ás vezes assume o nome de Evandro Galo, só para ter uma identidade séria..hehehehe

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